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Lobão, porta-voz de nada na terra do nunca

Por: César Marques

“Chutou
A cara do cara caído, traiu
Traiu seu melhor, seu melhor amigo
Bateu, corrente, soco inglês e canivete
E o jornal não para de mandar
Elogios na primeira página”

Muitos dos nossos leitores pode reconhecer o autor dessas frases, que me recuso à chamar de versos. Uma das músicas que alavancaram à carreira do cantor, compositor e péssimo escritor João Luiz Woerdenbag Filho, mais conhecido pelos brasileiros como “Lobão”.

Quem conhece à história desse personagem decadente  do Rock nacional na década de oitenta, pode ver nessa estrofe um tipo de autobiografia.

Xurupito ou Joãoluizinho como era chamado por seus pais, holandeses de classe média do bairro carioca da década de sessenta.

Usando calça de tergal, camisa de linho com botões e sapatos de verniz, João Luiz era motivo de gozação entre os amigos. Xurupito sempre foi uma criança retraída, envergonhada e que tinha receio de entrar em contato com o mundo real.

Quando tinha 19 anos Joãoluizinho foi expulso de casa pelo pai. Na ocasião o pai lhe desferiu um soco. Em revide, o jovem espancou o próprio pai com o violão que tinha em mãos. “Só sosseguei quando não havia mais violão para continuar batendo”.

Essa é a figura que usa às redes sociais para cobrar respeito dos políticos de esquerda com o povo brasileiro. Um personagem que não mede às palavras para denegrir à imagem de pessoas públicas. Sejam elas de direita ou de esquerda.

Muitos acreditam que o cantor decadente, e de poucos sucessos, usa dessa estratégia de marketing para aumentar à venda dos seus livros insossos, cheio de apelos  e muita retórica.

Ainda não inventaram dinheiro
Que eu não pudesse ganhar, não!
Ainda não inventaram dinheiro
Que eu não pudesse ganhar”

Lobão, usuário declarado de cocaína e outras substâncias psicoativas na década de oitenta, chegou à idade madura usando os mesmos artifícios que foram utilizados em toda sua carreira como musico, cantor e compositor; á rebeldia e o desrespeito às instituições.

Um homem que não esconde que espancou o pai até perder às forças, que sempre esteve envolvido em escândalos que fazem da sua biografia uma sequência de mau-caratismo, e uma falta gritante de talento.

Seguido por milhares de pessoas nas redes sociais, Lobão deixa claro seu medo e raiva dos comunistas. Talvez ainda traga no seu inconsciente os ensinamentos do seu pai e sua mãe, que se suicidaram depois de encontros definitivos com o jovem “Xurupito”.

“É preciso viver malandro
Assim não dá pra se segurar, não
A cana tá brava
E a vida tá dura
Mas um tiro só não vai me derrubar”

O pai de Lobão se suicidou logo após o último encontro que teve com o filho.  Após passarem uma tarde de sábado juntos, conversando e aparando às mágoas, o pai de Lobão tirou à própria vida ingerindo veneno. Sua mãe, bipolar, parou de tomar os remédios controlados e sucumbiu até à morte. Deixou uma carta responsabilizando o filho pelo seu triste fim.

Esse é o defensor da moral, dos costumes e que comemorou tomando Champagne e fumando charutos o fim da era petista no Brasil.

Uma figura controversa que se sustenta na mídia atacando ferozmente seus inimigos de esquerda, e que não tem receio algum de agredir verbalmente jornalistas. Quem já leu o que o cantor e péssimo escritor já produziu, tem uma breve ideia de quem se trata.

O Brasil passa por uma crise de valores sim. Os verdadeiros heróis desse país estão dando lugar a personagens, caricaturas que utilizam à liberdade das redes sociais e à falta de critérios dos seus seguidores, para se tornarem “mito” de uma sociedade vazia e descrente de si mesma.

Lobão não é nada mais do que um burguês que viu à vida passar em alta velocidade, e chegou na idade madura com um problema crônico existencial.

A” vida bandida” que ele escreveu e cantou, é sua autobiografia. Um relato do que fez com os pais e com ele mesmo.

Seguir Lobão é concordar com a decadência do ser humano. É acreditar que seus discursos de ódio são à solução para problemas sérios que existem na sociedade brasileira. A falta de ética e respeito são cuspidas por quem nunca os teve.

Lobão não é nada daquilo que pensa ser. Não é o que escreve nas redes sociais, nem nos seus livros.

João Luiz é o rosto de uma classe média que acredita que ainda existem os comunistas, e que eles continuam comendo criancinhas. Talvez seja esse o verdadeiro significado do seu apelido. O lobo-mal que comeu e ainda digere à chapeuzinho vermelho.

“Vida! Vida, vida, vida
Vida bandida
Vida! Vida, vida, vida, vida bandida
Vida! Vida, vida, vida, vida bandida
Vida!”

Foto: Divulgação Instagram.

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