Economia

Ações da Petrobras despencam globalmente após queda de 33,8% no lucro em 2023

As ações da Petrobras enfrentam uma forte retração nos mercados globais nesta sexta-feira, após a estatal divulgar uma queda significativa de 33,8% no lucro líquido em 2023. Os ADRs (recibos de ações) nos Estados Unidos registraram uma queda de mais de 10% no pré-mercado, enquanto na Alemanha a desvalorização se manteve no mesmo patamar. A Bolsa brasileira, que abre às 10h, também é aguardada com expectativas de movimentos negativos.

Segundo informações da agência Bloomberg, essa performance negativa ocorre em meio à divulgação do lucro líquido de R$ 124,6 bilhões no ano passado, marcando uma queda significativa em relação aos R$ 188,3 bilhões obtidos em 2022, durante o último ano do governo Bolsonaro. O mercado já antecipava uma retração, uma vez que os resultados excepcionais dos anos anteriores foram impulsionados pelo aumento no preço do barril de petróleo, associado à guerra Rússia-Ucrânia.

A Petrobras também anunciou uma proposta de distribuição de dividendos equivalente a R$ 14,2 bilhões, referentes ao quarto trimestre de 2023. Contudo, esse valor ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava R$ 90 bilhões. Se aprovada pela AGO (Assembleia-Geral Ordinária) prevista para 25 de abril de 2024, a companhia pagará dividendos totais de R$ 72,4 bilhões em relação ao exercício do ano passado.

A avaliação dos analistas é que a Petrobras poderia distribuir 100% do lucro, mas o presidente da empresa, Jean Paul Prates, adotou uma postura mais cautelosa após o período expansionista do governo Bolsonaro. A estatal já havia perdido quase R$ 30 bilhões em valor de mercado após essa declaração.

A retração nos resultados da Petrobras segue uma tendência observada em grandes petroleiras globais, como ExxonMobil, Shell, TotalEnergies e Chevron, que também divulgaram retrações significativas em seus lucros anuais. As expectativas agora se concentram em como a estatal pretende direcionar os recursos retidos para investimentos no longo prazo, com a preocupação de possíveis impactos negativos nos mercados.

Em mensagem aos acionistas, Jean Paul Prates reforçou a proposta de ampliar investimentos na transição energética, destacando a necessidade de adaptação da companhia ao novo contexto energético. O mercado observa atentamente as ações da Petrobras e aguarda por mais detalhes sobre os planos da empresa para o futuro.

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