A consultoria MB Associados alerta para uma reviravolta drástica na economia do Rio Grande do Sul, prevendo uma queda significativa de até 2% no acumulado até dezembro deste ano. A tragédia das enchentes que assolaram o estado no início de maio é apontada como principal responsável por essa reversão, resultando em um corte de 5,5 pontos percentuais na estimativa de crescimento.
As projeções iniciais indicavam uma alta de 3,5% na atividade econômica do estado em 12 meses até abril, porém, a destruição causada pelos eventos climáticos recentes alterou drasticamente esse panorama. Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, destaca que o Rio Grande do Sul estava no caminho de um ano economicamente promissor, contribuindo para um crescimento nacional entre 2% e 2,5%. No entanto, a magnitude da tragédia das enchentes implica em uma revisão das expectativas, reduzindo a chance de crescimento para próximo de 2,5%.
A consultoria compara os potenciais danos econômicos no Rio Grande do Sul aos efeitos do furacão Katrina, que atingiu Nova Orleans em 2005, resultando em uma reviravolta de 5,5 pontos percentuais na economia local. Embora a tragédia gaúcha tenha ocorrido em um período mais inicial do ano, o economista Vale adverte para os desafios contínuos, como as prolongadas chuvas e as restrições fiscais.
Além dos impactos no setor agrícola, o desastre climático também afeta as áreas urbanas, como evidenciado pelo relato de Felipe Boni, gestor comercial da cervejaria Al Capone. A empresa, situada na zona boêmia de Porto Alegre, foi devastada pela enchente, resultando em perdas materiais significativas e afetando a vida de funcionários e moradores locais.
Boni destaca a importância de medidas de apoio, como acesso a crédito e suspensão de impostos, para impulsionar a recuperação econômica e ajudar aqueles que foram afetados pela tragédia.
