Brasil lamenta morte de Pepe Mujica e exalta legado humanista do ex-presidente uruguaio
Ícone da esquerda latino-americana, Mujica morre aos 89 anos; Itamaraty destaca papel do líder na integração regional e no fortalecimento da democracia sul-americana
O governo brasileiro lamentou, nesta terça-feira (13), a morte de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e uma das figuras mais emblemáticas da esquerda latino-americana. Mujica faleceu aos 89 anos, em Montevidéu, após enfrentar um câncer de esôfago que, por conta da idade avançada, não pôde ser tratado com procedimentos invasivos.
Em nota oficial, o Itamaraty ressaltou a importância de Mujica para a história política da América do Sul. “Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época”, declarou o Ministério das Relações Exteriores.
O comunicado também relembrou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sítio de Mujica, nos arredores de Montevidéu, em dezembro do ano passado. Na ocasião, Lula homenageou o líder uruguaio com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração concedida pelo Brasil a estrangeiros. O presidente brasileiro se referiu a Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os líderes que conheceu ao longo de sua trajetória política.
Reconhecido por sua simplicidade, firmeza ética e discurso em defesa dos pobres, Mujica marcou gerações com seu estilo austero e suas posições progressistas. Segundo o Itamaraty, seu legado “continuará guiando todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento”.
O governo brasileiro estendeu suas condolências à viúva, Lucía Topolansky, aos familiares de Mujica, bem como ao povo e ao governo do Uruguai.
