Cultura

Wagner Moura emociona Cannes com O Agente Secreto, retrato sensível da repressão no Brasil

Longa dirigido por Kleber Mendonça Filho recebe aplausos de pé no Festival de Cannes e posiciona o cinema brasileiro no centro do debate político internacional

O cinema brasileiro voltou a brilhar no Festival de Cannes com a estreia de O Agente Secreto, novo filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura. A produção, que concorre à Palma de Ouro em 2025, foi ovacionada por mais de oito minutos após a sessão de gala, confirmando sua força emocional e relevância política.

Ambientado em 1977, em plena ditadura militar, o longa acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal, Recife, na tentativa de reconstruir a vida. No entanto, o que ele encontra é um ambiente marcado pelo medo, vigilância e repressão, revelando a tensão sufocante de um Brasil mergulhado na censura e no autoritarismo.

Com fotografia densa, trilha sonora precisa e uma narrativa que mistura thriller político e memória afetiva, O Agente Secreto também marca o reencontro entre Mendonça Filho e o espírito político de suas obras anteriores, como Aquarius e Bacurau. Desta vez, porém, o olhar é ainda mais íntimo e sombrio, refletindo a perseguição de um regime que ainda ecoa na memória nacional.

O elenco reúne nomes de peso como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Thomás Aquino, Isabél Zuaa e o ator alemão Udo Kier. A produção teve locações em Recife, Brasília e São Paulo, com pós-produção realizada em Berlim e Paris.

Para Wagner Moura, o projeto é mais do que um filme: “É uma forma de não deixar que a história do Brasil seja esquecida. Precisamos lembrar o que foi a ditadura para evitar que ela se repita.” A recepção calorosa em Cannes indica que a mensagem foi ouvida — e sentida — por uma plateia global.

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