Politica

Cid afirma ao STF que Bolsonaro teve papel central em trama golpista

Ex-ajudante de ordens revela que ex-presidente editou minuta de golpe e articulou diretamente ações contra o resultado das eleições de 2022

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, declarou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente teve papel direto e central na articulação de uma tentativa de golpe de Estado. Segundo Cid, Bolsonaro não apenas teve conhecimento da elaboração de uma minuta golpista como também editou o texto, demonstrando envolvimento ativo na conspiração.

A minuta, de teor inconstitucional, previa medidas como a anulação das eleições de 2022, a intervenção nas instituições e a prisão de adversários políticos. O documento circulou entre membros do alto escalão militar e civil, e agora se torna peça-chave na investigação sobre a tentativa de subverter a ordem democrática após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o depoimento, Bolsonaro teria discutido o plano com aliados próximos, incluindo generais e membros do seu núcleo político, mesmo após alertas sobre a ilegalidade das medidas. “O presidente estava ciente de tudo e chegou a fazer alterações no conteúdo do texto”, afirmou Cid, que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.

A revelação reacende o debate sobre a responsabilidade direta do ex-presidente nos atos antidemocráticos que culminaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A Procuradoria-Geral da República avalia apresentar novas denúncias com base nos depoimentos recentes e em provas colhidas nas investigações.

A defesa de Jair Bolsonaro nega as acusações, afirma que não há comprovação de crime e critica o uso de delações como base de acusação. O caso segue em análise pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF.

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