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Soberba, o pecado do ex-presidente condenado

Por Vinicius Jacob

 

No último dia 7 de abril o Brasil foi protagonista de uma cena hilária, trágica e cômica ao mesmo tempo, cenas essas que até as igrejas com seus oportunismos de ocasião fizeram questão de encenar. Um ex-presidente da república que foi durante 40 anos uma das maiores lideranças de esquerda do planeta, ao ser condenado pela justiça, conclamou a sociedade brasileira a uma desobediência civil falando contra a atuação do Ministério Público, da Polícia Federal e do Poder Judiciário.

Lula encerrou sua brilhante carreira política da forma mais melancólica que um político poderia encerrar, querendo ser maior que a Nação. Mas felizmente a montanha pariu um rato. E o povo, estou falando da maioria da população brasileira, assistiu perplexo a encenação que foi o fatídico discurso de um ex presidente que foi atropelado pela história.

A operação Lava Jato representa a alma lavada do povo brasileiro, colocando malfeitores, ladroes do dinheiro público e marginais do colarinho branco atrás das grades, coisa jamais vista em nossa história. A quantidade de provas contra essa escoria humana que durante décadas roubou o povo brasileiro é de estarrecer qualquer cidadão do mundo que observa atento tudo o que está acontecendo no Brasil.

Mesmo os jargões maliciosamente criados para disfarçar como nuvem os malfeitos desses grupos políticos, tipo: “Foi Golpe” ou “Estão condenando um Inocente” não conseguem enganar mesmo aqueles que os criaram, pois foram traídos também pelas expectativas de mudanças no sistema que há anos vinha sendo praticado pelos inimigos do povo brasileiro, porem essa mesma esquerda que tanto criticava e denunciava os malfeitores no passado, tornou-se cúmplice, parceira e comparsa.

Quando lhes falta argumentos, geralmente os apoiadores do ex presidente condenado apelam para a tese de Bolsa Família, Financiamentos de Carro, Pobre Viajando de Avião, Minha Casa Minha Vida, ou pior, apelam para o argumento de “Todos fizeram e só ele foi preso”, o velho jargão do Rouba Mais Faz, dito muitas vezes de forma inconsciente por pessoas honestas e honradas que nunca praticaram delitos, mas estão cegamente manipuladas pela emoção de anos apostando em uma mentira.

Tem um livro que indico sempre para os meus alunos, chamado de “Os Reis Taumaturgos” do historiador Marc Bloch, que conta a história da crença do povo Inglês e Frances em seus mandatários, nesse caso seus reis, acreditando que os mesmos tinham poderes milagrosos e que com um simples toque curavam as pessoas doentes. Essa fé no “milagre do rei” foi determinante para o poder absoluto da realeza. Isso se deu em nações em que no passado, na idade média a ignorância reinava e a crença espiritual era maior que a razão.

O que assistimos no dia 7 de abril de 2018 foi pura encenação que uma realidade que não existe. O Brasil precisa deixar de acreditar em ídolos, em heróis, em deuses com pés de barro. Precisa parar de idolatrar políticos e pensar com a razão. Não podemos mais acreditar em mitos na política, em presidentes salvadores da pátria, em religiosos e Taumaturgos da política e da fé.

Eu sou Vinicius Jacob, professor e historiador.

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