Violência em Ballymena se intensifica: segundo dia de tumultos deixa cenário de destruição na Irlanda do Norte
Centenas de manifestantes mascarados incendiaram residências e enfrentaram a polícia após protesto por suposto caso de abuso sexual. Autoridades alertam para escalada da violência em meio à crise de segurança.

Pelo segundo dia consecutivo, a cidade de Ballymena, no condado de Antrim, vive uma onda de distúrbios violentos. O estopim foi uma manifestação organizada após denúncias de um suposto caso de abuso sexual envolvendo um morador local. O protesto, que começou de forma pacífica, rapidamente se transformou em um cenário caótico.
Na noite de terça-feira (10), centenas de pessoas, muitas com os rostos cobertos, tomaram as ruas e iniciaram uma série de atos violentos. Casas foram incendiadas, vitrines quebradas e veículos destruídos. A polícia da Irlanda do Norte (PSNI) foi acionada e enfrentou resistência com coquetéis molotov, pedras e barras de ferro.
“Esses atos não têm qualquer justificativa e colocam vidas em risco. A comunidade está sendo aterrorizada por uma minoria violenta que se aproveita de uma situação delicada”, afirmou o superintendente Nigel Goddard, em coletiva realizada nesta manhã.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um grupo incendiando uma casa abandonada enquanto vizinhos gritam por socorro. Pelo menos quatro pessoas foram presas até o momento, mas a polícia informou que novas detenções devem ocorrer com base em imagens de câmeras de segurança.
Organizações de direitos humanos pediram uma investigação rigorosa sobre a denúncia de abuso sexual, mas também condenaram a escalada de violência. “A justiça não pode ser feita com base na barbárie”, disse Fiona Wallace, diretora da ONG Community Watch.
O governo britânico acompanha a situação com preocupação. O secretário para a Irlanda do Norte, Steve Baker, pediu calma e reforçou o envio de apoio policial à região.
A expectativa para as próximas 48 horas é de reforço no patrulhamento e medidas emergenciais para garantir a segurança dos moradores. Escolas e comércios da região central permanecem fechados.