Papa Leão 14 inicia pontificado com apelo por humildade, unidade e rejeição ao poder autoritário

O papa Leão 14 celebrou neste domingo (18) a missa que marca o início oficial de seu pontificado, em uma cerimônia comovente na Praça São Pedro, no Vaticano. Diante de uma multidão de fiéis e lideranças religiosas do mundo inteiro, o novo chefe da Igreja Católica fez um forte apelo à humildade, à unidade e ao serviço, rejeitando qualquer forma de dominação ou uso da fé como instrumento de poder.

“Se a pedra [angular] é Cristo, Pedro deve apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas”, afirmou Leão 14, em referência direta ao papel do papa como sucessor de Pedro.

Durante a homilia, o pontífice destacou que a missão da Igreja não é “capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder”, mas sim “amar como fez Jesus”. Ele afirmou que um dos eixos centrais de seu pontificado será a promoção da unidade dentro da Igreja, tornando-a um “sinal de comunhão” e “fermento para um mundo reconciliado”.

Leão 14 também prestou homenagem ao seu antecessor, o papa Francisco, cuja morte recente foi lembrada com emoção. “A sua partida encheu de tristeza nossos corações”, disse. Seguindo a linha de pensamento do pontífice argentino, Leão 14 criticou duramente as injustiças sociais, denunciando o sistema econômico global que, segundo ele, “explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres”.

Com tom de humildade, declarou-se escolhido “sem nenhum mérito” e afirmou que assume o cargo “com temor e tremor, como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria”. Segundo ele, os cardeais no conclave buscavam alguém capaz de conservar “o rico patrimônio da fé cristã”, mas também de “olhar para longe, para ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje”.

Leão 14 reforçou ainda o espírito missionário da Igreja: “Somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus, para que se realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a história pessoal de cada um e a cultura social e religiosa de cada povo.”

Com uma mensagem clara de inclusão e diálogo, o novo papa sinaliza um pontificado voltado para a escuta, a reconciliação e a abertura às mudanças de um mundo em constante transformação.