Brasil

Lula rebate Trump e defende soberania brasileira: “Não aceitamos interferência externa”

Presidente reage a publicação de Donald Trump em apoio a Bolsonaro e reforça que a democracia no Brasil é assunto dos brasileiros. STF e aliados do governo veem tentativa de pressionar Judiciário e interferir nas eleições de 2022.

Em resposta a uma publicação do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7) que a defesa da democracia no Brasil cabe exclusivamente aos brasileiros. Trump usou sua rede social, a Truth Social, para manifestar apoio a Jair Bolsonaro (PL) e criticar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente as do ministro Alexandre de Moraes, que conduz investigações contra o ex-presidente brasileiro.

A declaração de Trump foi interpretada como uma tentativa explícita de interferência na política interna brasileira, gerando reação imediata do governo federal e de autoridades do Judiciário. “A democracia no Brasil não está à venda, nem será moldada por interesses estrangeiros. O Brasil é soberano e sabe cuidar da sua liberdade e da sua Justiça”, disse Lula em evento oficial em Brasília.

O presidente também lembrou que Bolsonaro é investigado por ações que atentaram contra o Estado democrático de direito durante e após as eleições de 2022. “Quem tentou dar golpe e atacar as instituições brasileiras está sendo julgado pelo povo e pelas leis do Brasil”, completou Lula, referindo-se à tentativa de golpe de 8 de janeiro e à disseminação de fake news durante o processo eleitoral.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou o comentário de Trump como “inadmissível pressão internacional sobre o Judiciário brasileiro”. Para Messias, o posicionamento do norte-americano demonstra uma aliança política entre grupos antidemocráticos e representa uma afronta ao Estado de Direito.

A publicação de Trump ocorre em meio ao acirramento da campanha eleitoral nos Estados Unidos e tem sido vista por analistas como uma tentativa de reforçar sua base conservadora ao se alinhar a líderes da extrema-direita global. O gesto também surge dias depois de Lula se reunir com países dos BRICS e reafirmar a defesa de um mundo multipolar, o que marca uma clara divergência com a agenda de Washington.

O ministro Alexandre de Moraes, citado diretamente por Trump, não comentou o episódio, mas interlocutores do STF garantem que o tribunal não se deixará intimidar por pressões estrangeiras ou narrativas de perseguição política.

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