Família Bolsonaro tenta chantagear o país com anistia para escapar de punições por crimes contra a democracia
Flávio Bolsonaro reage a Rui Costa e confirma estratégia do clã: condicionar saída da crise diplomática com EUA à impunidade dos responsáveis por tentativa de golpe e ataques às instituições demo

A grave crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, agravada pela ameaça de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, está sendo usada como moeda de chantagem pela família Bolsonaro para tentar garantir a anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e em outras tentativas de ruptura institucional.
Nesta segunda-feira (15), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou publicamente que o projeto de anistia, que beneficiaria diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados condenados ou investigados por ataques ao Estado Democrático de Direito, está sendo tratado como “primeiro passo” para barrar a taxação americana, que entra em vigor em 1º de agosto. A fala escancarou a tentativa de condicionar o interesse nacional à salvação do clã, que por anos sabotou o país.
A resposta veio após o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), dizer que a postura do deputado Eduardo Bolsonaro, irmão de Flávio, se assemelha à de um sequestrador: ao propor a aprovação da anistia como solução para a crise com os EUA, o grupo estaria mantendo o Brasil como refém de seus próprios crimes. Em reação, Flávio Bolsonaro classificou o ministro como “amador” e atacou a política externa do presidente Lula, ignorando que o problema foi criado por seu próprio campo político, que durante quatro anos desmantelou relações diplomáticas, isolou o país internacionalmente e manchou a imagem do Brasil no exterior.
Flávio ainda disse esperar “votos do PT” para aprovar a anistia, deixando claro que a tentativa de apagar os crimes de seu pai e aliados agora se converteu em pauta de negociação geopolítica. Vale lembrar que investigações em curso apontam que integrantes da cúpula bolsonarista participaram de um plano golpista que incluía a anulação das eleições, o fechamento do STF e até o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Ao apresentar a anistia como solução para uma crise que ajudaram a criar, os Bolsonaro agem mais uma vez contra o Brasil e contra a democracia, instrumentalizando o interesse nacional para salvar um projeto de poder autoritário que já foi derrotado nas urnas e que agora responde na Justiça.