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Cúpula do G7 começa com tensões e impasses sobre conflitos, clima e tecnologia

Encontro no Canadá é marcado por divisões entre líderes sobre guerra no Oriente Médio, tarifas comerciais, inteligência artificial e migração. Expectativa é que não haja comunicado conjunto ao fim da reunião.

A cúpula do G7, grupo que reúne as sete maiores economias democráticas do mundo, teve início nesta segunda-feira (16) sob forte clima de tensão e impasses entre os líderes. Realizada em um resort nas Montanhas Rochosas canadenses, a reunião é dominada por discussões sobre os conflitos no Oriente Médio — especialmente a escalada entre Estados Unidos, Irã e Israel — além de disputas comerciais, mudanças climáticas, migração e os impactos da inteligência artificial.

Fontes diplomáticas apontam que as divergências entre os países tornaram improvável a publicação de um comunicado conjunto ao final do encontro, o que revelaria um enfraquecimento do consenso tradicional do bloco diante de um cenário global cada vez mais fragmentado.

No centro dos debates está a recente escalada militar entre Israel e Irã, que já deixou centenas de mortos e ameaça ampliar o conflito regional. Os Estados Unidos pressionam por uma resposta unificada do G7 contra Teerã, enquanto França, Alemanha e Itália demonstram cautela, temendo um agravamento do quadro humanitário e novas ondas migratórias.

Outro ponto sensível é a política comercial. Os Estados Unidos sinalizaram a intenção de aumentar tarifas sobre produtos chineses de alta tecnologia, o que provocou reações preocupadas da União Europeia e do Japão, receosos com os efeitos colaterais de uma nova guerra comercial.

Também em pauta estão os desafios trazidos pela inteligência artificial generativa. Os líderes discutem formas de regulamentar o uso da tecnologia, proteger empregos e evitar a disseminação de desinformação em larga escala. Já sobre o clima, embora todos reafirmem o compromisso com metas de descarbonização, há divergências sobre o ritmo e os meios de transição energética — especialmente após o retorno de investimentos em combustíveis fósseis por parte de algumas nações.

Analistas destacam que a ausência de unidade nesta cúpula pode enfraquecer ainda mais o papel do G7 como fórum de coordenação global, em um momento em que o mundo enfrenta múltiplas crises simultâneas.

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