Mais Deputados, Mais Gastos, Menos Vergonha — O Congresso Contra o Brasil
Mais Deputados, Mais Gastos: O Congresso Contra o Brasil

O Brasil vai ter mais deputados federais em Brasília. A decisão, tomada quase à surdina e sem o mínimo diálogo com a população, eleva o número de parlamentares de 513 para 531 cadeiras na Câmara dos Deputados. Em um país onde o governo é pressionado a cortar investimentos sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pé-de-Meia e Farmácia Popular, esse aumento soa como um tapa na cara do povo.
Cada deputado federal custa, em média, R$ 180 mil por mês aos cofres públicos — entre salários, verbas de gabinete, auxílio-moradia, assessores e passagens. Com 18 novos deputados, o custo adicional anual ultrapassa os R$ 40 milhões, sem contar o impacto em aposentadorias futuras e estrutura física. Isso num Congresso que insiste que o problema do Brasil está nos gastos sociais e não nos privilégios parlamentares.
Congresso Chantageia o Governo
O que se vê em Brasília é um jogo sujo de chantagem institucional. O Congresso Nacional, comandado de fato pelo Centrão, tem exigido cada vez mais do Executivo. A liberação das chamadas emendas do relator, o orçamento secreto que já consome cerca de R$ 50 bilhões por ano, é usada como moeda de troca para aprovar projetos ou barrar reformas. Esse dinheiro que deveria ser investido em educação, saúde, segurança ou moradia está sendo pulverizado sem transparência, distribuído por interesses eleitoreiros e fisiológicos.
Enquanto isso, parlamentares aliados ao mercado pedem o enxugamento de programas sociais. Dizem que falta dinheiro, que é preciso “responsabilidade fiscal”. Mas não hesitam em expandir a máquina legislativa, criando mais cargos e gastando mais com si próprios. É uma inversão de prioridades, onde a fome do povo é vista como detalhe, mas o apetite dos parlamentares é saciado com pompa.
Congresso a Serviço de Quem?
A quem servem os deputados federais brasileiros? Ao povo que os elege ou aos empresários que bancam suas campanhas? A resposta está nas ações: os maiores financiadores das campanhas eleitorais são o agronegócio, a indústria armamentista, os bancos e os grandes grupos empresariais. A atuação dos lobistas, que circulam livremente pelos gabinetes do Congresso, é o elo entre o poder econômico e as decisões políticas. Esses grupos não elegem parlamentares por acaso — eles investem em votos para colher lucros com leis e isenções.
A dependência de dinheiro privado nas campanhas torna o Congresso uma fábrica de favores e retrocessos, onde o cidadão comum raramente é prioridade. Não é à toa que projetos que beneficiam a população são boicotados, enquanto reformas que atendem aos ricos — como as que enfraquecem leis trabalhistas ou reduzem impostos para os mais abastados — são aprovadas com velocidade espantosa.
Hugo Motta e a Reunião com o Mercado
Após o desgaste da imagem do Congresso, exposto pela revolta popular nas redes sociais, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, correu para uma reunião com executivos do Banco Safra, um dos mais importantes do setor financeiro nacional. O objetivo? Traçar estratégias para manter o apoio do mercado e acalmar os ânimos, agora que boa parte da população entendeu que o Congresso Nacional virou inimigo declarado dos interesses populares.
Motta, filiado ao Republicanos e egresso do mesmo Centrão que chantageia o Planalto, sabe que seu poder depende da satisfação dos empresários, e não do bem-estar da maioria. Seu gesto revela quem realmente dá as cartas no Brasil: o sistema financeiro.
Conclusão
O aumento no número de deputados não é apenas um escândalo orçamentário — é um símbolo do desrespeito com o povo brasileiro. Enquanto milhões vivem com o mínimo, o Congresso se dá o luxo de se ampliar, chantagear o governo federal e atuar como um balcão de negócios para elites e lobistas.
A democracia brasileira está sequestrada por um Congresso que não representa o povo, mas atua em causa própria, movido por interesses de quem pode pagar mais. O povo, que sustenta tudo isso com impostos, precisa transformar sua indignação em pressão política — nas redes, nas ruas, nas urnas.