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Lula deixa G7 sem se reunir com Zelensky pela segunda vez; reunião foi cancelada por atraso na agenda

Presidente brasileiro retornou ao Brasil antes de encontro com o líder ucraniano; desencontro repete episódio de 2023, em Hiroshima. Reuniões bilaterais com Alemanha e União Europeia também foram desmarcadas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou nesta terça-feira (17) a Cúpula do G7, realizada na Itália, sem realizar o encontro previsto com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A reunião havia sido solicitada por Kiev, mas foi cancelada após um atraso de mais de uma hora na agenda oficial do evento.

Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o atraso comprometeu o cronograma de Lula, que precisava embarcar de volta ao Brasil às 21h30 (horário de Brasília). A permanência na cúpula para realizar o encontro colocaria em risco o voo do presidente.

Essa é a segunda vez consecutiva em que os líderes do Brasil e da Ucrânia não se reúnem apesar de previsões nesse sentido. Durante a Cúpula do G7 realizada em Hiroshima, no Japão, em 2023, o encontro também não aconteceu. Na ocasião, o impasse girou em torno de onde a reunião seria realizada: Lula esperava que Zelensky fosse até seu hotel, enquanto o líder ucraniano aguardava uma iniciativa do brasileiro.

Neste ano, quatro reuniões bilaterais estavam previstas para Lula no âmbito do G7: com os líderes da Alemanha, do Canadá, da União Europeia e da Ucrânia. No entanto, apenas a conversa com a anfitriã do evento, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, foi concretizada. O encontro com o chanceler alemão, Friedrich Merz, foi cancelado por iniciativa alemã.

Apesar dos desencontros, o presidente brasileiro teve conversas informais com outros chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente da Coreia do Sul, além de trocas rápidas com os líderes do México, da Índia e da África do Sul.

Lula participou ainda da tradicional “foto de família” ao lado de Zelensky e de outros líderes mundiais. Durante sua passagem pela cúpula, o presidente brasileiro criticou os ataques de Israel ao Irã, mas evitou condenar explicitamente a resposta iraniana — posicionamento que chamou atenção na arena internacional.

O cancelamento do encontro com Zelensky ocorre em um contexto delicado para a diplomacia brasileira, que tenta equilibrar sua postura no conflito entre Rússia e Ucrânia sem tomar lados abertamente.

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