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Kennedy Jr. demite todos os especialistas em vacinas do CDC e acende alerta na comunidade médica

Secretário de Saúde dos EUA, conhecido por posições antivacina, dissolveu comitê responsável por orientar políticas de imunização.

O Secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., tomou uma medida drástica que causou reação imediata na comunidade científica global: a demissão de todos os 17 membros do Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP), ligado ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O grupo era responsável por orientar, com base em evidências científicas, o uso de vacinas no país.

A decisão foi anunciada no dia 9 de junho de 2025 e representa um marco inédito na política de saúde pública americana. Kennedy Jr., ativista notório contra vacinas e defensor de teorias conspiratórias sobre imunização, justificou a demissão em massa como uma “limpeza necessária” para remover o que chamou de “conflitos de interesse” entre os membros do comitê e a indústria farmacêutica.

A medida foi imediatamente criticada por especialistas, entidades médicas e ex-integrantes do próprio CDC. A American Medical Association (AMA) emitiu nota afirmando que a decisão “mina a confiança pública nas vacinas e pode resultar em consequências graves para a saúde coletiva”. O ex-diretor do CDC, Tom Frieden, classificou o ato como um “erro grave” e alertou sobre o impacto negativo nas futuras campanhas de imunização.

O ACIP foi responsável, por décadas, por decisões-chave no combate a doenças como sarampo, gripe, HPV e, mais recentemente, COVID-19. Entre suas atribuições estava a análise de dados científicos e a formulação de calendários vacinais para diferentes faixas etárias da população.

Além da demissão dos especialistas, Kennedy Jr. vem promovendo uma ampla reestruturação no Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), com cortes de mais de 20 mil cargos, enfraquecimento de agências reguladoras como a FDA e o próprio CDC, e mudanças nas orientações sobre vacinas para gestantes e crianças.

Enquanto ainda não foram anunciados os novos membros do comitê, cresce a preocupação de que futuras decisões sobre vacinas deixem de seguir critérios científicos e passem a refletir a visão pessoal do secretário. O risco, segundo médicos, é o aumento da desinformação e o ressurgimento de doenças evitáveis.

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