Em mais um capítulo da crise política em Brasília, líderes de oposição no Congresso devem protocolar um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta, dia 31. Assinam o documento parlamentares como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede/AP) e Jean Paul Prates (PT/RN), líder da minoria no Senado. Arlindo Chinaglia (PT/SP), líder da minoria na Câmara dos Deputados, também avalizam o pedido de afastamento do presidente.
Em nota, os signatários do documento argumentam que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao “tentar, de forma autoritária, se apropriar indevidamente e para interesses pessoais das forças militares do Brasil com ameaça evidente à democracia”.
A mais nova crise política começou na segunda, 29, com a demissão do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, em meio a uma espécie de reforma ministerial que promoveu a troca dos titulares de seis pastas. Em resposta, os comandantes Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) colocaram seus cargos à disposição. Na terça-feira, 30, o Ministério da Defesa informou em nota que os generais seriam substituídos – e não que pediram demissão coletivamente.
Diante do agravamento da crise política, o pedido de afastamento protocolado pelos líderes da oposição não deve ser o único processo que coloca novamente o impeachment na mesa esta semana, longe disso. Parlamentares e até associações de estudantes devem entrar com ações dessa natureza. A Federação Nacional dos Estudantes de Direito e centros acadêmicos de faculdades de direito estão coordenando a entrega de mais de 30 pedidos de impeachment nesta quarta.