Bahia

RIO DE JANEIRO – Witzel, a caricatura da morte

Para defender sua política de extermínio contra jovens negros moradores das favelas cariocas, o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), voltou a bancar a atuação violenta e assassina da polícia militar do Rio de Janeiro.

Em nova declaração, Witzel coloca as mortes desses jovens como consequência dos discursos de defensores dos direitos humanos! Por mais patético que pareça, é exatamente isso. O governador culpa os que são contra sua política assassina de limpeza social pelas recentes mortes de vários jovens que ocorreram essa semana no estado, livrando a cara de sua polícia racista e assassina.

Witzel afirmou de forma cínica que ‘Os cadáveres desses jovens estão no colo dos direitos humanos’. O Governador voltou a defender o abate de quem porta fuzil. ‘Não vamos ceder um milímetro’, emendou, mesmo sabendo que nenhum dos jovens assassinados nos últimos dias portava qualquer arma de fogo.

E ele continuou em sua escalada autoritária, em defesa da repressão policial. “Quando eu digo que quem está de fuzil tem que ser abatido, levantam-se vários defensores de direitos humanos; aí quando eles [bandidos] matam inocente, levantam a foto do inocente, dizendo que foi a polícia que matou”.

O número de mortes por intervenção policial no RJ é o maior nos últimos 20 anos. Em julho desse ano, o Centro de estudos de Segurança e Cidadania (CESEC) revelou dados em que o número de operações policiais cresceu 42% em relação ao ano passado. O levantamento também mostra um aumento de 46% no numero de mortes entre março e junho desse ano por policiais na comparação com o ano passado. Em 11 operações da polícia, o helicóptero foi usado como plataforma de tiros.

Witzel usa como argumento que os defensores dos direitos humanos são contra a execução sumária de pessoas portando fuzis nas favelas do Rio de Janeiro e, portanto, são responsáveis diretos pelas mortes de inocentes que acontecem durante os embates entre traficantes e policiais. Ora, devemos lembrar o governador que além da ilegalidade jurídica desse tipo de ato, já apontada por diversos professores e juristas, dezenas de jovens negros já foram executados nas favelas cariocas portando supostos fuzis e outras armas, tais como guarda-chuvas, furadeiras, sacos de pipoca entre outros objetos. Outros tantos nada levavam em suas mãos no momento da morte, apenas carregavam na cor da sua pele e na origem periférica a justificativa para serem exterminados.

Não podemos deixar de questionar o governador, inclusive, sobre a origem de diversas dessas armas (de uso exclusivo das forças de segurança). Não nos esqueçamos também dos 117 fuzis encontrados na casa de um amigo de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro e acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes.

O que busca o governador do Rio de Janeiro é, na verdade, uma licença irrestrita para sua polícia matar a população jovem e negra das favelas cariocas. Ancorado nas posições reacionárias de Bolsonaro e Moro sobre o “combate ao crime”, Witzel tenta implementar uma política de extermínio no Rio de Janeiro, comprovada em números que não param de crescer desde sua posse em janeiro deste ano. Em maio desse ano.

Todas as mortes desses jovens devem ser colocadas na conta de Witzel e de sua política racista de limpeza social, levadas adiante pela polícia militar! Informações e foto de O GLOBO.

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