Por quê o surf da Bahia está com o pires na mão? O ano de 2017 foi um ano excelente para o atleta Breno Matos, que obteve resultados expressivos, vencendo a maioria das etapas que disputou, tornando-se campeão da categoria sub 12 em 2017, com uma diferença enorme para o vice-campeão. Ele é só um dos novos talentos baianos, que passam sufoco para seguir como atletas, e quem sabe um dia fazer parte da elite do surf mundial. Esse é o sonho de dez, entre dez surfistas das categorias de base no Brasil.
O talento e determinação não estão em questão nesse artigo. Filho de uma família de surfistas, Breno Matos sempre foi incentivado e apoiado pela família. Estudante com boas notas, filho obediente, atleta focado e com propósito. Competiu em todas as etapas possíveis nos campeonatos que aconteceram em 2017. Os resultados vieram, o título de campeão baiano sub-12 foi conquistado. E agora?
Sempre com muito esforço da família, isso porque, o “patrocínio” na verdade é mais uma ajuda de custo, pranchas e assessórios. Mas a fatia maior do bolo de despesas e investimento em educação, alimentação, curso de inglês – sim, porque atleta que no inicio de carreira, não se dedicar ao estudo do inglês, vira comédia no circuito mundial – entra no orçamento familiar.
A desculpa de que o país vive uma crise financeira se tornou a resposta frequente dos dirigentes das entidades maiores do surf. Empresários do segmento que exploram o esporte e empresas de outros setores que podem, mas não são encorajados a investir em uma modalidade esportiva, que está “abandonada” no estado da Bahia.
O que as entidades que dirigem o surf no estado fazem pelos atletas amadores? A Bahia tem uma equipe de surfistas nas categorias de base? Qual o tratamento dispensado para a formação e profissionalização desses atletas?
Não somos nós que temos que responder essas perguntas, embora todos saibam as respostas.
Os pais de Bruno Matos iniciaram uma campanha nas redes sociais para conseguir recursos para que o jovem participe de um campeonato que vai acontecer no final do mês de janeiro, no sul da país, no estado de Santa Catarina. Amigos, empresas e veículos de comunicação já começaram a contribuir como podem.
A campanha “PIRES na MÃO”, não é exclusividade da família Matos. No ano de 2017 outros atletas também passaram pela mesma situação e tiveram que fazer rifas, campanhas, vender pranchas, etc, Para participar de campeonatos fora da Bahia, os surfistas baianos só contam com a colaboração dos próprios surfistas, familiares e amigos. Mais uma vez as entidades que dirigem o surf na Bahia, não se manifestaram e deixaram que os atletas e suas famílias se sacrificassem para seguir em frente.
Quando teremos outro baiano campeão mundial? A Bahia segue na contra-mão do resto do Brasil. Enquanto temos a geração “Brasilian Storm” mostrando ao mundo que brasileiro pode. Não existe crise, quando se existe talento, planejamento e apoio. A Bahia segue na direção contrária.
Fotos: Galeria Breno Matos – Arquivo pessoal
Para ajudar o atleta Breno Matos, campeão baiano sub 12, basta depositar qualquer quantia na contra-corrente abaixo:
CX ECONOMICA
AG 4695
CC 21406 9
