Bahia

Valorização da cultura Tupinambá e empreendedorismo feminino ganham força em projeto realizado em Sauípe

Com o intuito de apoiar o trabalho desenvolvido pela Associação Mãos Nativas, grupo de cerca de 20 artesãs que atua em Vila Sauípe, a OR, incorporadora do grupo Odebrecht, desenvolveu o projeto chamado Casa Tupinambá, nome que faz referência à ancestralidade da região e ao resgate à cultura dos índios Tupinambás, que é inspiração para os produtos confeccionados pela Associação.

Seu objetivo é fortalecer a cultura do trançado de palha e influenciar positivamente a comunidade do entorno da região, onde se localiza um dos empreendimentos da incorporadora, o Reserva Sauípe. O projeto contempla a construção de uma sede, que ficará no Eco Parque Sauípe, para que as artesãs possam executar o seu trabalho e comercializá-lo no mesmo espaço, além de potencializar a rota turística do Parque.

Maria Cristina Silva, 46 anos, é a atual presidente da Mãos Nativas e conta que tudo começou em 2009, quando um grupo de mulheres se juntou para produzir o artesanato com palha. Desde essa época, elas já conseguiram fazer o produto ser reconhecido nacionalmente e até vendido para o exterior. Mas houve muitos contratempos também. “Já trabalhamos em conjunto a uma cooperativa. Nós enviávamos o material para ser vendido na loja, mas não tínhamos o retorno do dinheiro. Algumas artesãs tiveram muito prejuízo na época”, relata.

Além disso, também estão sendo oferecidas orientações desde a produção da palha até capacitação comercial – com noções em gestão de negócio, finanças, marketing, e-commerce e secretariado. Embasamentos necessários para que o negócio seja sustentável e para que elas sejam capazes de viver da renda do artesanato. Os encontros para orientações eram realizados presencialmente, uma vez por semana e iniciaram em janeiro de 2020.

Com a pandemia e as orientações de distanciamento social da OMS, foi necessário adaptar para o formato remoto, que se iniciou em março e vem fluindo de forma positiva com o grupo. “Este curso oferecido pela OR tem sido bastante importante para nós. Antes éramos uma associação, mas não sabíamos trabalhar em equipe. Hoje conseguimos, finalmente, criar um perfil no Instagram para nosso uso coletivo, onde exibimos nossa produção e recebemos até algumas encomendas”, conta Cristina.

Ana Valéria Nascimento, gestora de RH da OR e coordenadora do projeto, ressalta que também houve o incentivo para que outras mulheres da comunidade passassem a fazer parte do grupo. Existiu um movimento de percepção de valor de outras artesãs da região ao longo do projeto, o que as motivou a se integrarem à Associação.

Atualmente as artesãs enfrentam outra época difícil, com a suspensão do turismo na região de Sauípe e Praia do Forte. Mesmo assim, elas insistem em perseverar. “Quando vemos a força de vontade e o interesse do professor, também nos esforçamos. Sentimos o empenho de toda a equipe que está nos ajudando, ensinando a administrar nossa associação, nos incentivando a não desistir e eu tenho certeza de que com essa ajuda nós vamos longe”, completa.

Conexões potenciais

Para dar ainda mais força à Casa Tupinambá, Luciana Galeão, designer que está atuando como consultora do projeto, nas frentes de desenvolvimento de produto e comercial, convidou Celeste Leão e Isabela Marotto para serem madrinhas desse projeto e usarem da sua experiência beneficiando outras mulheres, contribuindo, também, para a nova coleção que está sendo desenvolvida com o grupo.

“O projeto é um resgate às raízes de um trabalho desenvolvido por nossos ancestrais, a cultura tupinambá. Um movimento capitaneado por mulheres. E isso é o indício da confirmação de uma frase que corre por aí há muitos anos, iniciada nos movimentos socioambientais: o futuro é feminino”, comenta Celeste Leão, que é arquiteta com mais de 40 anos de experiência e que atuará no projeto como madrinha e curadora.

“Sendo madrinha deste projeto, caminharei junto com as artesãs e com Luciana na curadoria dos produtos, abrindo portas no mercado de decoração para lançamento e leitura desses artesanatos. Ajudando a promover vendas e orientando-as quanto ao mercado no mundo da arquitetura e decoração de interiores”, declarou Celeste.

Isabela Marotto, por sua vez, é Consultora em Estratégia de Marca e Sustentabilidade, atuando direta ou indiretamente em diversos segmentos. Enquanto madrinha, seu papel será o de publicar, nas suas mídias, informações e conteúdos sobre o projeto.

Também auxiliam como consultores do projeto Josilene Menezes, que é administradora e está atuando como consultora em gestão administrativa, financeira e organizacional e Adriano Costa, que é comunicólogo e está atua como consultor em comunicação e marketing, inclusive desenvolvendo o e-commerce, que já está funcionando através da conta da Associação no Instagram: @maosnativasoficial.

“A OR sempre visa em gerar impactos positivos para as comunidades do entorno dos nossos empreendimentos e a região do Litoral Norte é muito rica, especialmente para o turismo. Favorecer a cultura local é de fundamental importância, mais ainda quando se trata da economia dessa população. Esse projeto é a nossa forma de retribuir, pois valoriza a cultura local, através da economia criativa, que é também sustentável e beneficia as pessoas responsáveis por desenvolver esse trabalho tão belo e histórico que é o artesanato”, conclui Eduardo Pedreira, diretor-superintendente da OR

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