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Público de Itapuã lota Praça Dorival Caymmi para ver Orquestra Afrosinfônica e Malê de Balê

Noite de sexta (22), Praça Dorival Caymmi, em Itapuã lotada – cerca de duas mil pessoas – público variado formado por crianças, jovens, adultos, idosos,  de olhos vidrados no palco onde a Orquestra Afrosinfônica se apresentou a partir dar 20h, sob a regência do maestro Ubiratan Marques, realizando o primeiro concerto da turnê patrocinada pela chamada pública “Música em Movimento” da Petrobras.

Na plateia, a moradora de Itapuã Mara Solange aplaudia enquanto enfatizava a importância de haver sempre no bairro programações como esta, especialmente para que os mais jovens possam ter contato com a cultura baiana em suas variadas formas.

“Essa apresentação da Afrosinfônica valoriza nosso bairro e nossa cultura afrodescendente. Gostaria que acontecesse mais vezes para que nossa juventude agregasse conhecimento cultural e se sentisse prazerosa da própria cor, da raça e raiz que carregamos no peito, na alma e no sangue”, disse ela emocionada.

No repertório, montado especialmente para a apresentação, músicas de autoria do maestro Ubiratan Marques e de outros autores baianos, como Mateus Aleluia e Caymmi,  todas integradas ao espírito que torna o bairro de Itapuã um dos pontos especiais da cidade : a beira do mar e sua negritude ensolarada.

Orgulho da comunidade local, com a Orquestra Afrosinfônica subiu ao palco o bloco afro Malê de Balê, com sua percussão e seus bailarinos que são sempre um show à parte. Para esta apresentação a Afrosinfônica incluiu quatro músicas cujos arranjos sinfônicos foram criados pelo maestro especialmente para a ocasião: “1835”, uma abertura instrumental em referência ao levante dos negros muçulmanos em 1835 em Salvador, que ficou conhecido como a Revolta dos Malês,  “Malê Debalê”, de Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro, “Buscando Outra Sociedade”, de Juraci Tavares e Luiz Bacalhau, e “Refavela”, de Gilberto Gil.

Para o maestro Ubiratan Marques a oportunidade de se apresentar ao lado de grupos como o Malê de Balê é um verdadeiro privilégio. “Reencontros com esses, com nossa gente, tocar com os grupos afrodescendentes, são um grande momento de aprendizado. Na verdade eles talvez sejam nossa grande influência, essa  música ancestral é a grande matriz que a gente utiliza para construir essas arquiteturas sinfônicas”, revela. O concerto celebrou o Novembro Negro e contou com o apoio da Saltur – Empresa Salvador Turismo/Prefeitura de Salvador e realização da ONG Casa da Ponte.

Turnê – Os próximos concertos estão programados para 2019 e 2020, tendo como convidados o maracatu Nação Estrela Brilhante, em Recife no dia 20 de dezembro, o congo Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, em Belo Horizonte em 17 de abril, e o bloco afro Ilê Ayiê, novamente em Salvador em 16 de maio.

Sobre a Afrosinfônica – Reunindo 22 músicos e estruturada por piano, percussões popular e sinfônica, naipes de sopro e cordas, e por um coro feminino, a Orquestra Afrosinfônica faz uma abordagem erudita a pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira, expressando-se sob forma de poemas sinfônicos.

O conceito “afrosinfônico” cunhado pelo maestro decorre da dissecação de elementos dessas expressões musicais para a composição de temas inéditos e tratamentos posteriores, como a criação de arranjos sinfônicos e orientação da expressão que se pretende extrair de cada instrumento da orquestra.

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