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SALVADOR – Muitas pessoas nos bares, poucas pessoas nas ruas

A intenção era reunir milhares de manifestantes em apoio ao ministro Sérgio Moro, e em favor da reforma da previdência, nas ruas da Barra neste domingo (30), em Salvador. Vários movimentos populares organizaram o que deveria ser um dos maiores atos em resposta às últimas revelações da relação incestuosa do ex-juiz e integrantes do  Ministério Público de Curitiba, responsáveis pela Operação Lava Jato.

Mas o que foi era esperado como um ato que envolveria milhares de defensores e simpatizantes do governo Bolsonaro (PSL), não ultrapassou os 3 mil manifestantes, conforme informações de policiais militares que acompanhavam o evento.

Com apenas um carro de som, diferente de outros eventos, e com número reduzido de participantes, o que se ouviu  no percurso entre  Farol da Barra e o Morro do Cristo, foram as saudações e exclamações que enalteciam a Lava Jato, o presidente Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro. Além dos já conhecidos discursos inflamados contra os partidos de esquerda, e exaltações contra o que eles chamam de “comunismo”.

Cenas interessantes, quase pitorescas puderam ser registradas pela equipe do Bahiapress que cobria a manifestação. Pessoas vestidas com as cores do Brasil, principalmente com a camisa da seleção brasileira. Alguns vendedores ambulantes de bandeiras e camisas reclamavam do “movimento fraco”.

“Se tem pouca gente, não tem muitos clientes, e o movimento cai. Hoje vendemos muito pouco.”, disse Antônio que tinha um varal com camisas da seleção brasileira de futebol e bandeiras do Brasil.

O professor Enéias que acompanhou o cortejo montado em uma bicicleta, estava entusiasmado e defendia com convicção o ex-juiz Sérgio Moro. “Quero que você me diga o crime que ele cometeu, não existem provas contra  Moro. O que existe é um americano, casado com um deputado do PSOl, que inventou conversas inexistentes. Um juiz pode ter um relacionamento íntimo e pessoal com um procurador, nas suas relações privadas”, disse o professor.

Enéias encerrou nossa conversa afirmando que não votaria em Moro para presidente, porque ele é um juiz, e não pode existir uma relação saudável entre a justiça e á política.

Assim como Eneias, outros entrevistados repetiam como mantra um discurso de apoio a Moro e exaltavam que os fins justificam os meios, que o importante é acabar com a corrupção e o Partido dos trabalhadores.

Rose e Maria também participaram do manifesto pró-Moro na Barra. Elas seguram uma faixa em apoio ao ministro. Perguntamos para Maria o que ela fazia ali.
Maria disse que era camareira e trabalhava com Rose.
Perguntamos a Rose se ela trabalhava com Maria. Ela respondeu que era empresária.
Depois que Rose empresária percebeu nosso fotógrafo, se dirigiu até nossa equipe, ela mudou o tom das respostas e disse que era bacharel em direito.
E daí?
Maria continua sendo sua camareira.

No final do cortejo, aqueles que se revezavam no microfone do carro de som, pediram pra que os manifestantes que não foram seduzidos pela cerveja gelada nos bares durante o percurso, fossem para o morro do Cristo. “Vamos todos ficar aqui no morro, para que eles vejam que nós somos muitos”. O evento se encerrou depois da execução do hino nacional do Brasil.

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