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Coletiva de Imprensa – Sérgio Moro diz que criminosos no Brasil recebem penas pouco severas

O juiz Sérgio Moro concedeu  entrevista coletiva no inicio da tarde desta terça-feira (06),  em Curitiba. Segundo o próprio juiz, essa foi à melhor forma de responder todos os pedidos de entrevistas que recebeu ao longo da semana. Moro começou a entrevista rendendo homenagens à imprensa,  importância da liberdade de expressão, e  da pluralidade das ideias.

O futuro secretário de Justiça e Segurança Nacional também relatou o primeiro encontro que teve com o ainda deputado Jair Bolsonaroem em um aeroporto. O novo ministro disse que foi sondado por Paulo Guedes em 23 de outubro de 2018, e que o convite teria sido feito apenas depois de confirmada à eleição do presidente Jair Bolsonaro. Falou sobre a primeira conversa com o presidente eleito no dia 1° de novembro, das divergência e convergências de ideias como ponto principal para aceitar o cargo de tamanha relevância e importância para à sociedade brasileira.

Sérgio Moro mais uma vez fez questão de frisar que o convite realizado por Bolsonaro,  não tem relação com à prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele está preso porque cometeu um crime”, disse.  Moro também lembrou que a sentença proferida por ele no caso do ex-presidente Lula foi referendada pela Tribunal de Justiça,  e que ele  está preso porque cometeu uma ação criminosa. “O que existe é um crime que foi descoberto, investigado e comprovado”, lembrou o juiz.

Mais uma vez  o novo ministro Moro, afirmou que  aceitou o convite porque existe uma convergência de ideias. O convite foi aceito em base do cumprimento da Constituição e manutenção dos direitos básicos da sociedade”.  Segundo Moro, à ideia é resgatar e implementar às Dez Medidas Anticorrupção. Ele afirmou que tudo será discutido politicamente com os integrantes do governo e com o presidente eleito. Um dos pontos mais importantes tocados pelo novo ministro foi quanto à progressão de pena.

“Bandidos que comprovadamente ainda mantenham relação com atividades criminosas e com grupos organizados criminosos, se comprovado essa relação, não terão progressão de pena e benefícios afins”, pelo menos é assim que o presidente eleito Jair Bolsonaro e Sérgio Moro convergem nesse ponto, segundo o juiz Moro.

Dando continuidade à coletiva de imprensa Sérgio Moro que mostrou até então um lado diferente do que todos conheciam até aqui, usando de bom humor e fazendo brincadeiras com os jornalistas, o que manteve um ambiente agradável e descontraído, respondendo todas às perguntas que foram realizadas pelos representantes do veículos de comunicação.

Um dos exemplo utilizados por Moro, foi o que aconteceu em Nova York, Estados Unidos,  no final da década de oitenta, onde cinco famílias de mafiosos comandavam o crime organizado, e que graças à formação de forças tarefas, com participação do FBI, essas famílias de criminosos foram presas e às organizações criminosas  foram desmanteladas.

Ainda na sua preleção o juiz Sérgio Moro falou sobre identificação de criminosos através de coleta de DNA, intercomunicação das policias e investimentos em equipamentos e treinamento de material humano. Destacando à INTELIGÊNCIA como objeto preponderante.

Moro disse ainda que não existe nenhum tipo de utilização do ministério da Justiça ou do ministério publico para perseguição politica. “A justiça tem que ser ampla, inclusive com a defesa das minorias”, completou.

O ministro Moro também citou o crime contra Marielle Franco e o seu motorista Anderson Almeida, que segue sem  conclusão, não se conhece os mandantes e executores desse crime. Moro se comprometeu em trabalhar para dar uma resposta à sociedade.

Sérgio Moro lembrou mais uma vez para os jornalistas que a Constituição será o marco do seu trabalho. Disse também que já entrou em contato com o ministro Jugman da Defesa, e que ainda está sendo informado sobre orçamento e detalhes da transição. Lembrou sobre o Fundo Extraordinário para segurança pública e da importância que ele representa no orçamento da segurança pública.

No decorrer da coletiva Moro deixou claro que a Operação Lava-jato vai continuar, disse que a juíza que vai assumir os casos, a Dra. Gabriela Hardt, juíza federal, é extremamente competente, que não surgiu agora e que já tinha substituído ele em outras oportunidade. Disse que “a certeza de que a operação vai continuar em boas mãos, também foi preponderante na sua decisão de aceitar o convite presidencial.

Lembrou que durante à campanha eleitoral exageros são cometidos, mas que enxergou em Bolsonaro uma pessoa sensata. Que a hierarquia será obedecida e que a palavra final será sempre do presidente. Se houverem divergências, existirá a tolerância e o diálogo, mas que à palavra final sempre será do presidente em exercício.

Sobre à divulgação da delação de Pallocci, Moro disse que quando se divulga uma Fake News, essa é uma ação que traz prejuízos para à sociedade, e mais especificamente no período eleitoral compromete  o resultado do pleito. Mas no caso especifico de Palloci, se tratando de uma informação verdadeira, era pertinente e importante que fosse levada ao conhecimento do público.

Disse que tem grande admiração sobre o deputado Ônxi Lorenzonni, e que foi o único deputado que defendeu o projeto das Dez Medidas, sofreu ataques dos colegas. Lembrou que o deputado assumiu seus erros, no que se refere à declaração de que recebeu Caixa 2 da JBS, o juiz Moro disse que o “colega ministro” assumiu seus erros e tomou providências para solucionar o caso passado.

Para encerrar o juiz não quis comentar sobre uma possível ida para o Supremo Tribunal Federal, e que não se sentia confortável para discutir esse assunto. as que se no futuro existir essa possibilidade, e esse convite, será discutido e analisado na época.

O juiz falou por mais de uma hora, respondendo todas às perguntas, sem se esquivar de nenhuma delas. E disse que o relacionamento com a imprensa é necessário, que reconhece à importância e excelência na Operação Lava-Jato e que manter o dialogo permanente.

Foto: 06/11/2018 (Heuler Andrey/AFP)

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