Sem categoria

Turismo, a melhor alternativa para Salvador por Vinicius Jacob

Por Vinícius Jacob

Quando assistimos aomaior espetáculo da terra que é o carnaval da Bahia, bem como o gigantesco número de turistas que vem para Salvador em busca de alegria, temos a verdadeira dimensão do que é a indústria do turismo na capital baiana, iniciada oficialmente em 1953, na gestão do prefeito Osvaldo Gordilho com a criação da Diretoria Municipal de Turismo.

A falta de hotéis de luxo foi durante anos um grande empecilho para o desenvolvimento do mercado turístico. Foi na gestão do governador Octávio Mangabeira, no início da década de 1950, que foi construído o primeiro hotel de luxo, o grande Hotel da Bahia, um espaço para hospedar uma clientela exigente que queria conhecer a cidade de Salvador.

É claro que a cultura baiana influenciou sobremaneira a grandiosidade do turismo com suas diversas particularidades, principalmente aquelas produzidas pelos livros de Jorge Amado, suas belezas naturais, musicalidade, religiões e culinária, faltava, porém, estrutura logística para fazer de Salvador uma referência nacional em turismo.

No final do governo de Reges Pacheco, 1955, foi elaborado o Primeiro Plano Diretor de Turismo de Salvador.Nesse instante o turismo começou a ser visto como fonte de receita para o estado, ganhando destaque nogoverno de Antônio Balbino, com o Plano de Desenvolvimento do Estado da Bahia, colocando o turismo como pauta de suas ações, incluído nos programas e planejamento de seu governo.

O que não faltou foi oposição por parte da elite política, que resistiu o quanto pode a esse novo mercado econômico. Porém, os governadores Juracy Magalhães e Lomanto Júnior colocaram em seus planejamentos o turismo como programa de recuperação econômica da Bahia. Uma das grandes obras na gestão do governo Lomanto foi o asfaltamento da BR 116, a Rio-Bahia em 1963, principal ligação com o sul do país.

No governo Luiz Viana Filho tivemos a criação da Empresa de Turismo da Bahia (BAHIATURSA), em 1968 como fomentadora de políticas de turismo do estado, bem como a elaboração do Plano de Turismo do Recôncavo Baiano com incentivos fiscais para os empresários de turismo construírem hotéis de grande porte, porém, foi nos governos de Antônio Carlos Magalhães que houve uma explosão de investimentos no turismo baiano, tornando o estado referência em arrecadação de recursos do governo federal.

Para vocês terem uma ideia da capacidade de articulação política de ACM, o estado ficava com quase 50% de todo o repasse federal destinado ao nordeste brasileiro. A Bahia, principalmente Salvador, virou um canteiro de obras com projetos de remanejamento da sua orla marítima, definição de áreas turísticas prioritárias através do Projeto Baia de Todos os Santos, criação do primeiro plano regional de desenvolvimento ecológico da orla marítima, isso sem falar no marketing turístico baseado nas músicas, artes, sol e praias, atraindo para a boa terra artistas do naipe de Vinicius de Moraes, como garoto propaganda. A Bahia chegou a ser a principal referência turística do Brasil, ultrapassando o Rio de Janeiro.

O turismo que estamos vendo hoje foi graças a alguns dedicados gestores públicos que souberam interpretar o seu presente e, como estadistas vislumbraram o futuro.

 

Vinícius Jacob é professor e pesquisador

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Envie sua denúncia
Olá 👋
Fale conosco pelo WhatsApp e envie sua denúncia ou sugestão de pauta.