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Juracy Magalhães, o homem que colocou a Bahia no século XX

Por: Professor Vinicius Jacob

Quando o ditador Getúlio Vargas, líder da revolução de 1930, convocou o jovem tenente cearense Juracy Magalhães, com apenas 26 anos, para ser interventor da Bahia em setembro de 1931, queria dar um basta às constantes intrigas políticas e inquietações sociais causadas pelas oligarquias locais que queriam fazer do nosso Estado uma trincheira de resistência à revolução. Para vocês terem uma ideia, antes de Juracy, a Bahia havia passado por cinco interventores em um prazo de um ano, causando instabilidade política e principalmente econômica.

Como interventor da Bahia, Juracy tentou conversar com as principais lideranças do Estado, mas teve a indiferença como resposta, pois entendiam sua nomeação como injúria moral à Bahia. Era considerado um forasteiro. Com o objetivo de construir uma base política sólida, busca apoio dos chefes locais e de grupos políticos do segundo escalão negociando cargos e poderes.

Para aqueles que não aderiram por rebeldia a sua lógica política o tratamentodado foi a base de violência e ameaças. Foi assim com os jornalistas Wenceslau Galo, redator do jornal a Tarde, atacado em via pública. Muniz Sodré do Diário da Bahia que foi detido. Nelson Careiro do jornal O Imparcial que foi preso e ameaçado. O jornalista José Rabelo e Simões Filho esse último proprietário do Jornal A Tarde espancado em via pública no corredor da Vitória, além de muitos outros que tiveramque fugir da Bahia para não terem destino pior.

A lógica de “para os amigos tudo, para os inimigos a lei” foi a tônica implementada por Juracy Magalhães durante os seis anos como interventor e posteriormente governador eleito indiretamente pela assembleia legislativa na eleições de 1934.

Foi por suas mãos, como administrador público, que a Bahia entrou numa nova era de prosperidade econômica. Foi dele a implementação dos Institutos do Cacau, do Fumo, Pecuária, da Central de Fomento Econômico da Bahia, além de conselhos, hospitais, escolas, estradas, ferrovias, saneamento básico, abastecimento de água, ganhando com o tempo a credibilidade pública que o fez um dos mais importantes políticos que governou a Bahia do século XX.

Em 1937 renunciou ao governo da Bahia em discordância à ditadura do estado novo implementada por Getúlio Vargas, ficando no ostracismo político, rompido em 1945 após a queda do ditador. Em 1950 concorreu ao governo da Bahia, mas foi derrotado pelo candidato Reges Pacheco. Exerceu inúmeras funções na vida pública. Foi deputado federal, primeiro presidente da Petrobras, senador pela União Democrática Nacional e governador eleito em 1959, quando disputou as prévias da UDN para a presidência da República em 1960, perdendo a indicação para Jânio Quadros, eleito presidente em 1961 e que veio a renunciar nove meses depois.

Foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, sendo o primeiro embaixador do regime nos Estado Unidos da América e Ministro da Justiça e posteriormente das Relações Exteriores do governo do general Castelo Branco, quando deixou a vida pública 1967 para se dedicar a iniciativa privada como empresário. Deixou como herdeiro político seu filho Jutahy Magalhães e posteriormente seu neto Jutahy Júnior, hoje deputado federal pelo PSDB.

Foto: CPDOC

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