Bahia

Gabriel Medina vai para repescagem – Sonho do Bi continua vivo

A segunda-feira amanheceu com as séries bombando tubos de 8-10 pés em Pipeline e Backdoor para começar o Billabong Pipe Masters no quarto dia do prazo da decisão do título do World Surf League Championship Tour 2017 no Havaí. Dos quatro concorrentes, o líder John John Florence e o número 3 do ranking, Jordy Smith, estrearam com vitórias e passaram direto para a terceira fase. Julian Wilson foi o primeiro a ser mandado para a repescagem e o vice-líder, Gabriel Medina, perdeu na bateria que Miguel Pupo surfou o tubo mais incrível do dia em Banzai Pipeline, ganhando nota 10 de três dos cinco juízes, com a média ficando em 9,93. Caio Ibelli foi o outro único brasileiro a vencer na segunda-feira e outros dois ainda vão competir nos confrontos da primeira fase que ficaram para abrir a terça-feira no Havaí.

“Fiquei feliz por ter vindo aquela onda animal pra mim”, disse Miguel Pupo, que mesmo com a maior nota do dia, só conseguiu confirmar a vitória no minuto final da bateria toda liderada pelo havaiano Benji Brand. “Eu estava tentando pegar as direitas do Backdoor e acabou vindo esse tubaço em Pipeline, o que foi até engraçado porque nem eu esperava. Sempre quando você consegue uma nota alta assim, todos sabem que você pode fazer outra. Eu bem que tentei isso, mas não tinha muitas oportunidades para surfar lá fora. Eu meio que cai em algumas ondas, cometi alguns erros, mas finalmente consegui esse tubo no final pra vencer”.

Um grande público lotou a praia para assistir a primeira apresentação dos melhores surfistas do mundo no maior palco do esporte. As primeiras tentativas de surfar os tubos de Pipeline foram do potiguar Jadson André na bateria que abriu o Billabong Pipe Masters 2017 em memória a Andy Irons. No entanto, ele não conseguia sair da maioria e o francês Jeremy Flores completou os melhores para vencer por apenas 10,17 pontos nas duas notas computadas.

As ondas fantásticas que todos viram no início da manhã, já não estavam tão consistentes quando começaram as baterias. Somente na terceira, o número 4 do ranking, Julian Wilson, surfou um tubo muito bom que valeu nota 8,00, mas já havia cometido uma interferência e foi derrotado por Conner Coffin somando 6,33 com 4,23. O norte-americano é o penúltimo colocado no grupo dos 22 primeiros do ranking que são mantidos na elite e precisa de um bom resultado para confirmar sua permanência para o ano que vem.

Na disputa seguinte, o último do G-22, Bede Durbidge, também perdeu para o terceiro do ranking, Jordy Smith, que começou bem, achando um tubaço no Backdoor nota 8,67. O sul-africano logo tirou 7,90 em outro bom tubo para fazer o maior placar do dia, 16,57 pontos. O Brasil voltou ao mar no confronto seguinte e em dose dupla, com Gabriel Medina e Miguel Pupo estreando juntos com o havaiano Benji Brand. E o surfista que ganhou uma das duas vagas de convidados no Pipe Invitational disputado na sexta-feira, largou na frente com um tubo 7,17 e liderou toda a bateria.

Miguel Pupo (Foto: Poullenot – WSL)

MELHOR TUBO – Mesmo depois de Miguel Pupo surfar o tubo mais incrível da segunda-feira numa morra de 10 pés nas esquerdas de Pipeline. Ele dropou a onda de cabeça pra baixo, já botando pra dentro de um tubaço,  sumiu na cortina d´água e saiu na baforada para arrancar nota 10 de três dos cinco juízes. Um deles foi cortado com a mais baixa e a média das outras três notas ficou em 9,93. Como ele tinha meio ponto da sua primeira tentativa de pegar um tubo, o havaiano Benji Brand permanecia na frente com as notas 4,67 e 7,17 das suas primeiras ondas e Medina em último sem surfar nada há 15 minutos do fim da bateria.

O havaiano ainda pegou outro tubo no Backdoor que valeu 5,10 para aumentar a pequena vantagem sobre Miguel Pupo para 2,34 pontos apenas, enquanto Medina continuava em último com uma combinação de duas ondas para vencer. Mas, isso só até ele também sumir dentro de um tubo nas esquerdas de Pipeline, sair na baforada e receber nota 8,50 dos juízes. Com isso, passou a precisar de apenas 3,77 nos 10 minutos finais da bateria. Ele logo entra em outro tubo profundo em Pipe, mas não consegue sair.

Gabriel Medina (Foto: Poullenot – WSL)

Já o havaiano pega a onda de trás e completa um tubo menor, ganhando 5,47 dos juízes para aumentar o seu placar para 12,64 pontos, deixando Pupo precisando de 2,71 e Medina de 4,14 quando soou o sinal dos últimos 5 minutos da bateria. Pupo falha na primeira tentativa e a prioridade de escolha da próxima onda fica para Medina. Ele pega um tubo nas direitas do Backdoor, se encaixa lá dentro, sai espremido da onda pequena, faz mais uma manobra e recebe 3,93, ou seja, perdeu a chance de conseguir os 4,14 pontos que precisava.

No último minuto, os brasileiros dropam na mesma onda, Medina vai para o Backdoor que não rodou o tubo, mas Pupo acha um nas esquerdas de Pipeline e tira 4,90 para conquistar a primeira vitória brasileira por 14,83 pontos. Pupo é o 23.o colocado no ranking e precisa passar mais uma bateria para entrar na zona de classificação para o CT 2018, pois no momento está perdendo sua vaga na elite. Já Gabriel Medina terá que disputar a repescagem e seu adversário na primeira eliminatória do campeonato será o havaiano Dusty Payne, derrotado por John John Florence na bateria seguinte a do primeiro campeão mundial do Brasil.

“A pressão pela requalificação é grande, mas dei o primeiro passo”, disse Miguel Pupo. “Eu estou com minha família aqui comigo e toda vez que vejo minha filha, essa pressão meio que desaparece. Fico pensando nela, como ela está feliz, então estar no Havaí com minha esposa também, alivia bastante essa pressão e ela vai embora quando estou com elas. Sei que o Medina está aqui disputando o título mundial, mas só tentei fazer o meu melhor, fazer o meu trabalho bem feito e eu preciso de um bom resultado para ficar no CT também”.

John John Florence (Foto: Poullenot – WSL)

NÚMERO 1 – O número 1 do Jeep WSL Leader também parecia tenso antes de entrar no mar, mas lá dentro John John Florence surfou tranquilo e pegou os melhores tubos da bateria para vencer por 13,50 pontos, contra 6,83 de Dusty Payne e 5,63 do brasileiro Wiggolly Dantas, que está na briga pelo título da Tríplice Coroa Havaiana e também tenta garantir sua vaga no CT, pois chegou no Havaí em 24.o no ranking. Agora, se John John vencer mais uma bateria, já tira Julian Wilson da briga pelo título mundial, obriga Gabriel Medina a chegar na final do Pipe Masters e Jordy Smith a vencer o campeonato. A cada vitória, o havaiano vai dificultando as chances dos concorrentes na sua busca pelo bicampeonato mundial consecutivo.

“Eu me senti como uma criança novamente, apenas tentando pegar os tubos lá fora”, disse John John Florence, que comentou sobre o enorme apoio da torcida em casa. “Todo esse suporte aqui me deixa ainda mais animado. Acabei de descer a praia mais cedo e todos gritando, isso só me deixa mais motivado. Entrar em Pipe este ano está sendo muito diferente do ano passado, porque no ano passado estava mais relaxado com o título mundial já conquistado em Portugal. Então, este ano é uma preparação um pouco diferente, porque o título ainda está em jogo, mas sempre sonhei em disputar o título aqui”.

Caio Ibelli (Foto: Poullenot – WSL)

VITÓRIA BRASILEIRA – Depois da praia ficar lotada para torcer para John John Florence, aconteceu outra bateria com participação dupla do Brasil. Assim como na primeira, o campeão mundial foi derrotado, com Adriano de Souza sendo batido por Caio Ibelli por 12,83 a 11,27 pontos. Mineirinho também vai ter que encarar a primeira repescagem para chegar na terceira fase do Billabong Pipe Masters e será num confronto brasileiro com o potiguar Jadson André. A praia encheu novamente na bateria seguinte, para assistir a volta de Kelly Slater às competições. E ele não decepcionou a torcida, pegando bons tubos para derrotar o líder da Tríplice Coroa Havaiana, Kolohe Andino, por 12,47 pontos.

As condições do mar já estavam bem prejudicadas nessa hora, com poucas ondas boas tanto nas esquerdas de Pipeline como nas direitas do Backdoor. A nona bateria acabou sendo a última do dia, porque Filipe Toledo e o defensor do título do Billabong Pipe Masters, Michel Bourez, simplesmente não conseguiram completar nenhum tubo. Ambos terminaram com apenas 2,00 pontos em duas tentativas e o havaiano Ezekiel Lau passou para a terceira fase com apenas 10,50 nas duas notas computadas.

Adriano de Souza (Foto: Poullenot – WSL)

Os comissários da World Surf League decidiram paralisar a competição e marcar uma nova chamada para a décima bateria para as 14h00 no Havaí, 22h00 em Brasília. No entanto, as condições do mar não melhoraram e a estreia do pernambucano Ian Gouveia, contra o havaiano Sebastian Zietz e o australiano Adrian Buchan, foi adiada para as 7h30 da terça-feira na ilha de Oahu, 15h30 no horário de verão do Brasil. Além de Ian Gouveia, o potiguar Italo Ferreira é o outro brasileiro que não competiu na segunda-feira. Ele está na bateria que fecha a primeira fase, com o australiano Mick Fanning e o português Frederico Morais.

REPESCAGEM – Os primeiros duelos da primeira rodada eliminatória do Billabong Pipe Masters já estão definidos e Gabriel Medina vai abrir a repescagem com o havaiano Dusty Payne, campeão do Pipe Invitational na sexta-feira. Infelizmente, um confronto brasileiro acabou sendo formado na quinta bateria, entre o campeão mundial Adriano de Souza e o potiguar Jadson André, que precisa unicamente da vitória em Pipeline como condição mínima para se manter na elite dos top-34 do CT para o ano que vem. Filipe Toledo está na sétima bateria, mas aguarda o encerramento da primeira fase para conhecer seu adversário.

A etapa final do World Surf League Championship Tour 2017 está sendo transmitida ao vivo do Havaí pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf Lefague no Facebook, com o Billabong Pipe Masters passando ao vivo também pela ESPN+ e Globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Grant Baker, Phil Rajzman, Tory Gilkerson, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

———————————————————–

Por: João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Envie sua denúncia
Olá 👋
Fale conosco pelo WhatsApp e envie sua denúncia ou sugestão de pauta.